domingo, 28 de março de 2010

Dying to breath in these abundant skies;

Minha cabeça está girando fora de sua própria órbita. Girando e girando pelo vácuo, pelo espaço, ao redor de você. Tudo está errado, tudo ficou errado porque há tanto ar que não consigo respirar, afogo-me nessa ambudância de oxigênio. Não faz sentido, não faz sentindo algum: o único ar que almejo respirar é o mesmo que entra e sai dos seus pulmões. Agindo igual uma criança imatura, recuso-me a inspirar até que você esteja aqui. E eu rezo, acreditando na paciência de Deus, ou qualquer outro ser superior a mim, para comigo, mas ninguém consegue compreender exatamente: a minha única esperança perdeu-se em sua mente. No mar de gás atmosférico toda minha visão se resume a nós, um corpo completo, toda minha atenção volta-se para qualquer planeta longe de mim, porém habitado por você. Ainda estou rezando - isso faz sentido? - porque sua existência é a única coisa que importa. Então deitarei minha cabeça sobre o travesseiro, se eu dormir tudo bem, mas se a insônia persistir não mudará nada, só quero sonhar com você, permanecer aqui até o momento da sua volta. Ninguém entende, ninguém compreende, como se eu estivesse colocando três pontos sobre o "i", trocando as reticências por uma pausa prolongada, porém nós entendemos, conseguimos ir até o fundo tornando o incompreensível em alto nítido, exposto sobre a mesa. É essa a forma como dizemos "Eu te amo", afogando a nós mesmos em cada letra, porque faz a diferença quando você pode sentir o mesmo que eu. Mas o "eu" não importa mais, não existe, só existe "nós". Aprendi a engatinhar, mas somente em sua direção, aprendi a viver, mas apenas uma vida com você, aprendi a cair, mas segurando sua mão. Vem comigo porque, agora, ninguém te entende como eu.

[foto by:  fhrankee]