terça-feira, 29 de abril de 2008

Gone;

Você passou pela porta e nem ao menos olhou para trás, disse aquelas mesma palavras de sempre, mas elas soaram tão diferentes naquele momento. Chamei-te, mas você não parou. Eu não sabia ainda, mas aquele era o fim.
Há algo que eu possa fazer pra te fazer mudar de idéia além de ficar horas me perguntando o porquê? Agora todos os dias vão ser assim. É, eu acho que essa vai ser a minha vida sem você.
Tenho todos os lugares do mundo para ir, a oportunidade de conhecer todas as pessoas, mas nada disso vale de alguma se quem eu mais quero está tão perto de mim e mesmo assim tão distante.
Você poderia ligar, pelo menos fingir, dizer "Eu te amo" até por brincadeira só para me deixar um pouco mais feliz.
Queria saber quais palavras te dizer quando você aparecer para pegar suas coisas. Deveria te encarar e te perguntar se vai ser assim mesmo? Mas eu irei cair de joelhos aos seus pés, porque só agora eu percebo: eu não existo quando você não está por perto.
Minha mente nunca vai conseguir apagar você das minhas memórias.
Suas fotos parecem me assombrar, me rodeiam...O que eu vou fazer se agora eu nunca mais irei poder te tocar e te chamar de "minha"?

terça-feira, 22 de abril de 2008

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Indecifrável.
Bicho de oito cabeças invariável.
Inexpressível!
Uma incógnita interpessoal,
Animal das trevas repugnante,
Inexorável.
Do inferno para a terra.
Solta veneno pelos olhos!
Beleza que enfeitiça, distrai, vicia - e como vicia!- a todos.
Um dia finge que é caça outro dia é caçador.
Demônio sedutor,
Incompreensível, incomprieendido.

sexta-feira, 11 de abril de 2008

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Você não me deixa partir, mas também não me quer aqui.
Diz que me quer, mas dá as costas sussurrando que tanto faz.
Grita por mim, mas me ignora no último momento.
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Lá vamos nós de novo na mesma linha de sempre com os mesmos sentimentos de sempre. Você com seus doces nadas para me dizer e eu com meu barrulhento silêncio para confirmar nossa situação.

quarta-feira, 9 de abril de 2008

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Quem sou? Onde começo e onde termino?
Onde estão "eles" e onde está o "eu"?
Sou apenas um pseudónimo deles ou eles são pseudónimos de mim?
Serão eles os ortónimos e eu o heterônimo?
Antíteses paradoxais e enjoativas voam pela minha cabeça.
Deveria eu ser o heterônimo?
Será que eles são apenas pseudónimos de mim?

Não sei até que ponto sou eu e até que ponto sou eles.
Até que ponto minhas idéias são meus sentimentos e até que pontos minhas idéias são um reflexo dos sentimentos deles.
O que sinto é verdadeiramente o que eu, como eu, sinto?
Minhas vontades são verdadeiras?
Sou um espelho ou só um reflexo?

Perdi-me em pessoas que criei e inventei para ter certeza que poderia ser completa.
Elas me fizeram perder o caminho, mas como seres fictícios podem me afetar?
Eu os criei, eles não existem!
Mas o meu "eu" não sabe mais ser ele, só sabe ser eles.
Não sei distinguir quem é quem.
Sou um ortónimo de um heterônimo com heterônimos de mim que fingem ser pseudónimos.

sexta-feira, 4 de abril de 2008

Tempo²;


Não sei mais quantos dias se passaram, quantas noites passei a claro pensando em você. Como fomos parar aqui? Quando tudo começou? Eu deveria ter te parado antes que fosse tarde demais, mas você é tão impassível quanto eu. O tempo se arrasta, segundos demoram mais que dias, semanas...Como conseguimos ser tão impiedosos?
Estou preso as correntes do ensejo, você nunca vai mudar, eu nunca irei mudar, nunca mais será o mesmo. Retornaremos a esse ciclo assassino.
~~
Não posso esperar nem mais um dia. Eu preciso de você, preciso dos seus toques, seus lábios, sua respiração, suas mãos, preciso de você aqui pra me guiar, porque quando você me guia tudo fica mais fácil.
Eu quero pegar o próximo avião e ir pra perto de você, quero me jogar aos seus pés e te dizer que não consigo mais passar um dia sem você. Preciso manter minha mente longe disso antes que eu saia daqui correndo.
Só queria você perto de mim, porque eu sei que você ficaria para sempre. Eu e você durante todos os dias.
Já cortei todos os dias do calendário, será que esse mês vai passar? Não aguento mais contar os dias! Preciso de você...

quarta-feira, 2 de abril de 2008

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Sempre matamos aquilo que mais gostamos, mesmo sem perceber cravamos uma espada em seu peito e o deixamos morrer. Se não o matássemos não seriamos humanos.
É preciso, porém, liberta-lo para não mata-lo; é preciso deixa-lo ir mesmo que aos poucos, soltar a mão nem que seja por um segundo, desviar o olhar duramente e se soltar no vento sozinho.
Mas libertar é impossível, como deixar ir embora aquilo que trás a vida? Se o deixamos ir morremos por dentro, mas se mantê-lo aquilo o mataremos. O que vale mais: a sua felicidade ou a felicidade do outro como um cadáver?
Quanto a mim sou um sangue-suga, aprisono aquilo que mais amo, não pela paixão, mas por mim mesmo. Se peco, se sou imoral ou egoísta não me importo.
Amar é libertar, apaixonar-se é aprisionar, mas quanto vale a liberdade do seu amor? A sua felicidade.