sexta-feira, 12 de março de 2010

;

É como uma tapa instantânea, volto-me para o passado e ele me repudia, insistindo que apenas o futuro me pertence. Talvez ele, o passado, conheça minha mania de evocar dragões e trazer o hipotético mundo dos ensinamentos de volta, em uma manifestação física do que seria minha vida perfeita. Então, tentarei explicar meu complexo da anterioridade com os defeitos da atualidade e minha eterna busca pelo inexplicável, pelo o que não existe, só para continuar a remexer os móveis do sotão e encontrar fotografias antigas. É isso o que faço comiga mesma quando ninguém está por perto: debruço-me sobre o que passou esquecendo tudo ao meu redor. Assombrada por figuras que não mais me pertencem, traçarei uma linha pontilhada em minha mente, dividindo o certo e o errado, o novo e o antigo, colocando os melhores momentos de lado. É que quem vive do passado não pode caminhar nos campos do futuro.