quinta-feira, 29 de setembro de 2011

Creio;

O sentido de liberdade, ao contrário do que se consta em todos, parece me encarcerar. Ínfimo tal qual uma sala quatro por quatro – não há liberdade o bastante naquela que o mundo dispõe a mim. Precisaria de outros oceanos tão profundos quanto galáxias em pleno tsunami para encontrar plenamente meu total desligamento, porque liberdade não o é. Uma intercessão entre planos dispostos no mesmo mundo, porém que me transfeririam para outros locais e épocas remotas. E se, caso não ficasse presa a algum emaranhado de cordas, o amago do que procuro me engolfaria por osmose.
Por que, porém, nos contemos com a liberdade? Aquilo que nos colocam como libertação não é a liberação em si – é preciso ir além e encontrar um desligamento. Há mais viagens que simples aviões, há mais terras que simples continentes, há mais mentes que simples humanos. São automóveis, estudos, trabalho e uma multidão de pessoas ao nosso redor e constamos isto como felicidade? Não vemos além de nossos olhos e podemos amplexar o pouco como se tal fosse a teoria de tudo?
Existe o aqui, mas existe também o além dentro deste espaço. Se nos fosse possível alcançá-lo, talvez o conceito de liberdade, tão vago e sufocante, devesse sofrer uma transformação. Com base nessa transformação minhas ideias sobre ampliação da libertação, ao ponto tangível de embalsar o desligamento, poderiam estar fundadas em verdades. Um meio de tocar o outro lado dentro do nosso lado sem nos destruirmos por completo, seria isto a liberdade?

foto by: ahermin