sábado, 5 de fevereiro de 2011

Entre paredes e copos descartáveis;

Às vezes me sinto como se falando para as paredes. Falo de amor e escuto um discurso sobre tintas coral. Certo que ninguém é igual a ninguém – e é isso o que faz o mundo tão maravilhoso. Já imaginou um monte de Annes andando por ai? Seria tão monocromático e previsível que logo todas as Annes morreriam – mas como as pessoas conseguem ser tão indiferentes? Encaram certos fatos da vida como baratos, artigos chineses das extintas lojas de R$1,99. Um tanto descartáveis e inúteis igualmente copos plásticos os quais ninguém se dá ao trabalho de reutilizar, senão fazendo-se do papel de ecologicamente correto; apenas para não degradar a natureza. Por mera conveniência ou vaidade, cultivam emoções, colecionando amigos e amantes, para após fechar mais outra porta. Com que fins? Com que fins fazem uma lista nada schindleriana, acumulando nomes e faces as quais nem ao menos se lembram? Cultura ou contra-cultura? Um tipo de art brut ou naïf ao fazer dos outros apenas borrões no terceiro plano distorcido, ilegível. Adeptos, de alguma forma desconhecida e não esclarecida, da arte moderna, ou se não canalhas sem corações?