sábado, 29 de março de 2008

Garotos não choram;


Ela me perguntou se estava tudo bem e eu disse com um sorriso no rosto que eu estava perfeitamente bem, ela me abraçou e perguntou se eu já havia esquecido tudo aquilo que aconteceu e eu respondi rindo que tudo era passado, ela me olhou e disse que eu havia perdido o brilho no olhar e eu rir, porque só com um sorriso eu posso esconder todas as lágrimas dos meus olhos, só rindo eu posso enganar as lágrimas.
Eu pediria por perdão, eu diria que estava errado, eu gritaria que sou um idiota, eu imploraria de joelhos, eu iria fazer tudo que ela pedisse e iria aceitar todas as condições que ela pudesse impor, mas acho que agora ela não irá escutar meu perdão, não irá me escutar dizendo que estava errado ou até mesmo meu grito, ela não irá se importar se eu ficar de joelhos, não irá me pedir nada e nem irá impor nada.
Ela me diz que garotos são frios, não sentem nada, não se importam e não choram, mas ela não sabe que todo meu mundo está desabando em lágrimas porque eu não a tenho mais, então eu vou rir para conseguir fingir que já a esqueci, eu vou rir para conseguir superar isso, afinal garotos não podem chorar.

quarta-feira, 26 de março de 2008

Não preciso de você;


Eu não preciso de você. Pode sumir, não quer ir embora? Então vai.
Não preciso de você me dizendo que o dia foi uma droga, porque eu sei que o dia para você é sempre uma droga, não preciso das suas músicas irritantes sempre gritantes, porque elas não me acrescentam nada, não preciso dos seus poemas copiados de sites estúpidos, não preciso do seu mau humor tão pessimista.
Vou te devolver as flores, afinal, elas já morreram mesmo, vou te devolver as cartas, elas já estão rasgadas, vou te devolver as fotos, elas já estão riscadas.
Vai embora, pega o proximo taxi e some da minha vida. Vai pra casa resolver seus problemas.
Não quer ir? Então vai. Aproveita e não volta.

quinta-feira, 20 de março de 2008

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São carnes pálidas e tremulas
Mulher, com ações obscenas
Ela se movimentava nessa cama nojenta

Na cama, de prazer, ela gemia
E entre beijos e mordidas eu dizia
"Você é só minha!"

Bocas, línguas, mãos
Os lábios que dizem "Não!"
Coxas que não concordavam com esse negação

O suor em gotas se via
Desesperadamente pela barriga escorria
Ali, para mim, ela era uma vadia

O seios tão salivados
De mim, dedos no corpo suado
Dela, fios de cabelos desgrenhados

Marília, talvez Vênus ou Lilith
Arranha o lençol como se fosse um convite
Maliciente, santa e doente!

terça-feira, 18 de março de 2008

Coleira;


Eu entendo a sua opinião. Claro que sei o quanto é difícil amar uma garota totalmente independente que te deixa submisso.
Tudo que você fez, só para se sentir menos dependente de mim, tudo que você disse, só para me deixar mais submissa, tudo que você escondeu, só para me mostrar que não precisava de mim só te fizeram voltar e se jogar aos meus pés. Será que você não consegue perceber que você é meu? Não há nada que você possa fazer que irá mudar essa situação. Você precisa mais de mim do que eu preciso de ti.
Você tenta se enganar, tenta dizer aos seus amigos que sabe como lidar comigo, conseguiu colocar uma coleira em mim, mas será que isso é mesmo verdade? Acho que quem está puxando a coleira não é você e sim eu.

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Nunca vai ser você entrando pela porta não é?
Você nunca vai estar na próxima rua
Nem na próxima, nem na próxima não é mesmo?
Eu vou olhar em vão, vou correr em vão!
Não vai fazer diferença se olho, se finjo, se espero...
Você nunca estará aqui
Sempre será você ai, vivendo sua vida
E eu aqui, iludindo a minha
Afogando meu ser em momentos irreais e efêmeros.
Talvez a solidão seja só mais uma desculpa para o vazio.

segunda-feira, 17 de março de 2008

Morra;


Morra! É, isso mesmo! Morra! Você e suas amigas! Morra! Você e seus dramas, você e seus jogos, você e seu ciúmes, você e seu orgulho, você e sua vaidade, você sendo você, você sendo você mesmo, você mil vezes! Mil vezes você! Mil vezes a morte!
Você controla, você manipula, você distorce, você me enche com dúvidas - porque dúvidas afinal? - e ainda vem até mim - quanta ousadia! - me falar que está completamente certo e eu estou completamente errado - imagina?! -
Sua falta de capacidade mental e de decisão me deixa em estado de enjôo quase vomitando palavras, palavrões, pragas! Afinal, porque eu ainda estou com você?

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Você vem - como um anjo - e me compara. Você não sabe o quanto doí não ser tão perfeito. Eu sei que tento, mas talvez eu nunca vá conseguir ser o bastante para ti.
E eu lhe digo "Não sou perfeito." e você me diz que não procura perfeição, digo-lhe que tenho defeitos e você diz "Tudo bem, então.".
Como um demônio, você me joga um feitiço, esqueço quem sou, para onde vou, porque sei...E como um enfeitiçado eu me jogo aos seus pés!
Meu atual estado é lastimável, ando, desabo, não olho, não percebo. Sinto que cada parte de mim tenta em vão.
O que queres de mim? O infinito? O mundo? As almas? O Céu? O Inferno?
E infelizmente - consequentemente - meu estado agora é irreversível e sinto agora o preço que irei pagar por amar uma Deusa, mas qual será o preço que pagarás por tentar um Humano?

domingo, 16 de março de 2008

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Era volúpia, era carnal.
Gemia, gritava, uivava.
Era menina, era mulher, era amante.
Dançava na cama como uma bacante.

Olhos que antes tremiam de inocência
Agora brilhavam em luxúria
Salivas, bocas, pele, mãos
Ela era Afrodite, amazona, Vênus.
Eu era Zeus, guerreiro, Saturno.

Ela se movia, se movia lentamente.
Movimentos tímidos deram lugar a movimentos ousados.
Seu cheiro, sua voz, seu gemido.

Ela era dona do mundo, dona da minha razão.
Tinha-me em suas mãos.
Como um bebê, eu entregava-me a ela
Sua língua, um fetiche, uma palavra sem sentido.
Eu a xingava e ela se contorcia.
Bela amante!

O lençol cobria, as mãos exibiam.
As coxas, a cintura, o quadril, os braços, os seios.
Quente, frio, ardente!

Ela dizia meu nome tremula, palpitante.
Seu nome em minha boca, em minha boca pulsando.
Dizia que me desejava.
Era santa, vadia, mulher, prostituta, virginal, saturnal.
Minha mulher, minha amante, minha menina, meu desejo.