quarta-feira, 5 de agosto de 2009

Creio;

Dai você me perguntou: "por que você sumiu?" e eu respondi com um sorrisso forçado "ando sem tempo", mas eu tinha tempo para parar e falar contigo, você sabia disso, contudo pretendia fingir para não tornar tudo isso mais duro; então sorriu gentilmente perguntando como se fosse ao acaso "faculdade?". Semprei gostei do seu jeito de tornar tudo mais fácil e bem menos doloroso entre nós; sempre sabe o que falar e como colocar os pontos nos is - como você mesmo gosta de dizer. Eu tinha que continuar com o fingimento - como se fosse um jogo entende? Perde o primeiro que jogar a verdade na mesa - para o meu próprio bem. Afirmei com a cabeça mostrando um sorriso tímido "pois é...". Um silêncio sepulcral se instalou, tossi - não sei lidar muito bem com esse tipo de silêncio gritante - só para colocar um pouco de barrulho entre nós - então o que realmente me incomodava não era o silêncio em si, mas o vazio, o pouco espaço que ele deixa entre nós dois. Você olhou para cima fingindo apreciar o sol ou o clima e eu continuei mantendo minha vista no chão, estava morrendo de medo de te encarar e acabar entregando os pontos: eu nunca conseguiria te superar facilmente - é que eu sou tão previsível, é como se estivesse tudo escrito nos meus olhos e eu temia que você, com seus olhar analista, lesse isso em mim. Deveriamos, então, face a situação, dizer algo como um "xau" bem rápido e continuarmos nossos caminhos, é, nós deveriamos, porém não fizemos: você me fez a última pergunta com toda a calma possível "quando você vai voltar?". Aquilo era um código e eu sabia, era um código para a pergunta mais crucial: "quando você vai superar, para finalmente voltar a ser o que era antes comigo?". Tive que dar um meio sorrisso - meios sorrissos são sempre as melhores saídas - respondendo "não sei" porque na verdade eu nunca saberei quando minha mente vai se privar de você.