sábado, 12 de dezembro de 2009

Edward Cullen;


E de alguma forma eu queria possuir você, ter sua pele em minhas mãos impetuosas, participar dos seus sonhos, pela simples sensação de estar nos limites do seu corpo. Mesmo deslumbrando, face a sua incapacidade de pensar descodificadamente, precisava me afastar da névoa rubra em torno dos meus pensamentos confusos por você. Um antagonismo, porém, me coíbe: sua presença me embaraça, sua ausência me perde - é difícil ser o que sou tanto perto quanto longe de você.
Não deveria, contudo, arriscar tanto, cruzar os limites que tracei cuidadosamente entre nós dois, apenas para chegar perto da sua face alva, tentando roubar um pouco de sua essência para mim. Mas não é o bastante, não chega nem perto do suficiente, te ter por perto, preciso ir além de sua presença física e conseguir seu cerne, seu intimo profundo. Um pouco de tudo de você, apenas um pouco, evocaria meu frenesi escondido, mas nada de você, nem mesmo uma faísca, alastraria uma doença pelo meu corpo lívido.
Estamos tão perto da morte, de sua morte, do meu fim. A cada passo que damos em direção ao outro, nos aproximamos do erro perfeito. Seria um desastre imensurávelmente imperdoável para meu orgulho, meu ser. E você, já tão teoricamente distante de mim, estaria totalmente intangível. Entretanto, questiono-me todos os dias: como negar o convidativo?
Já cometei vários pecados, alguns dos quais você teria medo. E de todos os erros e heresias em minha vida, a maior foi te desejar. Não me arrependo, porém, e no fim tanto faz, minha alma estará condenada ao inferno de qualquer forma. Se for para escolher, então escolho queimar-me por completo ao seu lado como seu prisioneiro e dono, como seu predador e presa.