domingo, 16 de março de 2008

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Era volúpia, era carnal.
Gemia, gritava, uivava.
Era menina, era mulher, era amante.
Dançava na cama como uma bacante.

Olhos que antes tremiam de inocência
Agora brilhavam em luxúria
Salivas, bocas, pele, mãos
Ela era Afrodite, amazona, Vênus.
Eu era Zeus, guerreiro, Saturno.

Ela se movia, se movia lentamente.
Movimentos tímidos deram lugar a movimentos ousados.
Seu cheiro, sua voz, seu gemido.

Ela era dona do mundo, dona da minha razão.
Tinha-me em suas mãos.
Como um bebê, eu entregava-me a ela
Sua língua, um fetiche, uma palavra sem sentido.
Eu a xingava e ela se contorcia.
Bela amante!

O lençol cobria, as mãos exibiam.
As coxas, a cintura, o quadril, os braços, os seios.
Quente, frio, ardente!

Ela dizia meu nome tremula, palpitante.
Seu nome em minha boca, em minha boca pulsando.
Dizia que me desejava.
Era santa, vadia, mulher, prostituta, virginal, saturnal.
Minha mulher, minha amante, minha menina, meu desejo.