terça-feira, 24 de novembro de 2009

Deixe-me Ceder;


Permaneci e agüentei durante tanto tempo, então me deixe ceder. Do outro lado, os campos de crisântemos me esperam então me deixe ceder à escuridão. Não há o que temer quando você está por perto, quando no fim sua presença me completar, uma perfeita doação. Meus olhos, cansados pela procura, fecham-se sozinhos, aderindo à negritude a minha volta. Está sendo tão fácil, meu amor, mais fácil que lutar contra, então me deixe ceder. Sua voz me guiará pelos caminhos tortos, não vou errar o caminho. Enquanto você aponta para mim, acusando-me e me julgando pelo meu desejo mais secreto eu deixo-me ceder. É tão longe seu âmago, mas tão perto sua presença. Por favor, deixe-me ceder ao denso oceano azul, mergulhar e afogar-me no infinito desconhecido. Será como deitar minha cabeça sobre o travesseiro e adormecer pela eternidade. Deixe-me ceder a essa troca vital pela existência nos seus braços, a doce troca da vida pela morte. Deixe-me ceder a esse crepúsculo... Deixe-me ceder.