Como já diz Joakim Thåström: o amor é para aqueles que tem sorte.
Talvez esteja apenas querendo provar a mim mesmo que não valho um tustão; uma grande farsa para a humanidade e que, na minha impetuosa ignorância, menti. De fato, passei minha vida mentindo sem parar. Compulsivamente e descaradamente joguei mentiras na cara de alhures como quem joga água. E sinto, agora, que de alguma forma, deveria me redimir pelos meus pecados, mas não consigo, sou incapaz. Não me arrependo de erro algum, não me arrependo de ter mentindo e usado aqueles que hoje choram. E por quê? Porque minha face é cruel, minha verdadeira face é obscura o bastante para admitir que não preciso pedir perdão a ninguém, exceto a minha consciência pelas vezes que me privei da mentira.