quinta-feira, 19 de julho de 2012

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Ele havia partido e tudo o que eu conhecia, as pinturas carmim e os risos na meia-noites, morreram com ele. Desta forma, minha religião - porque ele fazia parte da trintade sagrada, ocupando o mais alto escalão do triangulo - se fora. Vaguei praticando meu ateísmo, pois como poderia alimentar uma crença e um estilo de vida mortos? Estava tudo crepitando nas chamas, então por que propagar um império ruído? Cultuar deuses de antanho em seus templos despedaçados - afinal, que diria Apollo a seus discípulos ao vê-los sobre as cinzas de Delfos? Todos tentando imaculadamente trazer a tona um passado, enquanto ele era assassinado pelo cristianismo. Isto, querido, estes últimos atos de ressusitação, apenas alimentariam minha chaga, minha dor, meu desespero e, acima de tudo, minha inexorável solidão.