
Porque mentir não é iludir, é mascarar o que se quer esconder com o que realmente se quer ver - uma ilusão de ótica. Não há nada de errado em omitir a realidade, fantasiando-a com fantasias imaginárias. É um escapismo natural e totalmente humano. Ninguém pode me julgar por um instinto demasiadamente mortal.
Não sou um mal para a sociedade, apenas um artista no ápice da criatividade. Minta, então, para mim; jogue nas mihas costas todas as perturbações que te afligem e eu serei doce como um santo, só para te guiar para bem longe de suas dores. Venha comigo e construiremos um oasis no meio do Saara de nossas mentes, nosso reino do deserto. Seremos reis da mentira, poetas criativos, artistas irreais.
E no fim, após tanto analisar e sonhar, tenho certeza de apenas uma coisa: posso ser sínico o bastante para afirmar tal ilusão de ótica, mas corajoso o bastante para admitir o quanto menti e o quanto mentirei.